O Sol que a Teresa pinta não é o sol que eu vejo da minha janela... não é o sol que o meu mar esconde lá no horizonte... nem tão pouco o sol que a montanha abraça ao entardecer...
Não conheço esse sol, por isso ele me atrai.
Os pincéis da Teresa sabem tudo sobre galáxias de prata e poeiras douradas de fotão...
Por mim, clamo esse sol como divino, e agradeço à Teresa partilhar comigo o seu caminho.
Em cada nova exposição, a Teresa Vasconcelos surpreende-nos com a dimensão da sua total Liberdade!
Cores... Técnicas... Motivos... (...) Punhados de luz que nos levam, leve e suavemente, ao infinito...
(...) Sonho ou realidade? Pouco importa.
O trabalho de Teresa Vasconcelos reflecte uma força e uma dinâmica muito próprias. São sombras que se esboçam e antevêem até ganharem vida em contornos ousados... o azul, sempre o azul... este azul de mar, de céu, de infinito... um azul que se transforma nas texturas escolhidas minuciosamente trabalhadas... dando lugar a seres que se abraçam, entrelaçam, aproximam, tocam, beijam... seres que nos fazem sentir o pulsar do Amor, da Ternura, do Carinho, de uma entrega sem reservas; de uma Vida plena e amplamente vivida!
Quanta luz, energia, paz interior e harmonia emanam das telas com que a Teresa Vasconcelos nos deleita os sentidos!
Quão íntimos, por característicos, os trabalhados dos fundos por si moldados!
Como nos sentimos atraídos pelos azuis, amarelos e laranja (seus tons preferidos) - reveladores de toda uma nobreza de alma que transporta para o interior dos seus quadros...
Como o tempo se queda na contemplação das suas obras e difícil se torna desviar o olhar...
Agora a Teresa apresenta nus, quando em outras circunstâncias apresentou outros motivos e, tanto num caso como noutro, são conjugados aspectos ingénuos e de artesanato valorizado, o que a pintora sabe fazer, na sua particular maneira de fazer (...)
O nu existe e, como tal, a normalidade de uma existência fundadora da espécie está presente. O erotismo existe, não pode deixar de ser factor importante de uma explicação essencial das manifestações do homem e da mulher, libertos de uma qualquer tendência castradora, vivendo a emoção dos encontros lascivos, portanto. (...)
Somos Eva ou Adão expulsos do Paraíso. E trincar de vez em quando o fruto proibido não é um grande pecado.